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Inventário é Obrigatório? Guia Completo

Inventário é obrigatório após a morte? Descubra prazos, custos e consequências do inventário. Saiba as regrase veja como fazer o inventário.

Advogada explicando um documento ao cliente.

O inventário é um procedimento essencial para a transmissão legal dos bens de uma pessoa falecida para seus herdeiros. No Brasil, ele pode ser judicial ou extrajudicial, dependendo da situação dos herdeiros. Vamos te contar se é obrigatório, quais são os prazos, os custos e o que acontece caso você não o faça.

1. O que é o Inventário e qual a sua finalidade?

O inventário não é apenas um procedimento burocrático; a lei exige que ele seja feito para garantir a transferência correta dos bens do falecido aos herdeiros. Sem ele, os bens podem ficar bloqueados por tempo indeterminado, impedindo os familiares de usufruírem do patrimônio, venderem imóveis ou até mesmo acessarem contas bancárias.

Além de regularizar a sucessão patrimonial, o inventário evita conflitos entre os herdeiros e protege o direito de cada um. Muitas famílias enfrentam disputas prolongadas devido à ausência de um processo formal, o que pode resultar em prejuízos financeiros e emocionais.

Como funciona o processo de inventário?

O procedimento de inventário se inicia com a identificação dos bens e dos herdeiros.Primeiro, reunimos todos os documentos dos envolvidos no inventário (falecido, cônjuge/companheiro e herdeiros) para entender exatamente o que será partilhado.

Após isso, faremos uma curta avaliação de todos os bens e direitos do falecido, além do levantamento das dívidas existentes. Analisamos seu caso para definir se o inventário pode ser feito de forma extrajudicial ou judicial e calculamos os custos envolvidos.

O procedimento ou processo judicial começa com a partilha dos bens entre os herdeiros. Nesta fase, você deve pagar os tributos devidos, e, ao final, os bens são registrados no nome dos herdeiros, que podem vendê-los ou usá-los livremente.

Quais bens entram no inventário?

O inventário deve incluir todos os bens e direitos do falecido, como imóveis, veículos, contas bancárias, investimentos financeiros, participações societárias, joias de valor, obras de arte e antiguidades. Se você ultrapassar esse prazo, terá que pagar multas sobre o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), o que, consequentemente, tornará o processo ainda mais caro. Um inventário completo e transparente evita conflitos futuros e assegura que todos os aspectos patrimoniais sejam devidamente tratados.

Posso vender bens antes de fazer o inventário?

A lei proíbe a venda de bens do espólio antes da conclusão do inventário, salvo autorização judicial para quitar dívidas do falecido ou despesas do processo. É importante entender que a venda de bens sem autorização judicial pode ter sérias consequências, resultando na nulidade do ato e na responsabilização dos envolvidos, que podem enfrentar sanções civis e criminais.

Além disso, essa prática pode complicar a situação, prejudicando os herdeiros e a regularização dos bens do espólio. Qualquer venda de bens do espólio deve ser feita com cautela, sempre com a supervisão e autorização das autoridades competentes, garantindo a proteção dos interesses de todos e o cumprimento da lei.

Tipos de Inventário:

Inventário Judicial: Obrigatório quando há herdeiros menores, incapazes ou discordância entre os envolvidos. O processo judicial ocorre na Justiça e pode levar mais tempo.

  • Inventário Extrajudicial: o procedimento ocorre diretamente no cartório, desde que todos os herdeiros sejam maiores, capazes e estejam de acordo com a partilha. Essa modalidade é mais rápida e menos burocrática, sendo recomendada para quem deseja evitar o desgaste de um processo judicial.

Muitas pessoas postergam a realização do inventário, mas essa demora pode gerar prejuízos. Contas bancárias bloqueadas, impossibilidade de venda de bens e cobranças de multas por atraso são algumas das consequências.

Iniciar o inventário o quanto antes evita transtornos e garante a correta administração dos bens.

2. O Inventário é Sempre Obrigatório?

Sim, na maioria dos casos, o inventário é necessário para regularizar a sucessão. Sem ele, os bens ficam bloqueados, impossibilitando que os herdeiros façam uso do patrimônio deixado. Esse atraso pode gerar transtornos financeiros graves, pois as contas bancárias permanecem inacessíveis, os imóveis não podem ser vendidos ou transferidos, e outros bens podem perder valor com o tempo.

Casos em que o Inventário Não é Necessário:

O falecido não deixou bens a serem transmitidos.

  • Se os bens forem de pequeno valor, a regularização pode ser feita por alvará judicial, conforme a legislação estadual.
  • Quando houve planejamento sucessório, como doação em vida ou testamento que simplifique a transferência.

No entanto, essas exceções são limitadas e nem sempre se aplicam a todas as situações.

Mesmo quando há um testamento ou doações em vida, certos bens podem precisar ser formalmente inventariados para garantir a correta regularização junto aos órgãos competentes.

Adiar a abertura do inventário pode levar a complicações jurídicas, aumento dos custos com multas e até a disputas familiares prolongadas. Quanto mais rápido você iniciar o processo, menor será o impacto financeiro e emocional para os herdeiros. Se você está lidando com uma herança, a melhor decisão é buscar orientação jurídica especializada o quanto antes.

O que fazer se os bens forem de pequeno valor?

Para bens de pequeno valor, é possível usar o “arrolamento sumário”, um processo mais simples e rápido do que outros. Esse procedimento é ideal para casos sem necessidade de análise complexa. Cada estado brasileiro define o que considera como pequeno valor, por isso, é essencial consultar a legislação local antes de iniciar o processo. Isso ajuda a seguir todas as normas corretamente e evita problemas futuros.

3. Quais São as Consequências de Não Fazer o Inventário?

A falta de inventário pode transformar um momento já delicado em uma verdadeira dor de cabeça para os herdeiros. Muitos acreditam que podem adiar esse processo sem grandes consequências, mas a realidade é diferente.

O verdadeiro inimigo aqui é a burocracia e as penalidades impostas pela lei, que podem complicar ainda mais a vida dos familiares.

Problemas Gerados pela Ausência de Inventário:

  • Bloqueio de bens: Assim que ocorre o falecimento, todos os bens e contas bancárias ficam indisponíveis até a regularização. Isso significa que os herdeiros não podem acessar valores em conta, vender imóveis ou até mesmo usar determinados bens para sua subsistência.
  • Conflitos entre herdeiros: Sem um processo legal que regulamente a partilha, disputas familiares podem se arrastar por anos, gerando brigas, rupturas e desgaste emocional.
  • Multas e juros: Atrasar a abertura do inventário pode acarretar multas sobre o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), aumentando significativamente os custos do processo.
  • Dificuldade na venda ou uso dos bens: Sem inventário, os herdeiros não conseguem transferir, vender ou alugar imóveis, o que pode gerar prejuízos financeiros devido à depreciação dos bens.
  • Intervenção judicial e custos elevados: Com o passar do tempo, a falta de inventário pode resultar na necessidade de uma ação judicial mais complexa, onerosa e demorada para resolver a situação.

O maior perigo é a ilusão de que deixar o tempo passar resolverá o problema. A verdade é que a inércia só fortalece a burocracia e os custos. Iniciar o inventário o mais rápido possível para poupar os herdeiros de bloqueios, impostos e disputas. Não permita que a burocracia se torne um obstáculo para sua família – regularize a situação quanto antes com o auxílio de um advogado especializado.

Como evitar problemas com a regularização tardia?

Para evitar complicações e garantir uma transição patrimonial tranquila após o falecimento de um ente querido, é fundamental seguir alguns passos cruciais no processo de inventário:

  • Buscar orientação de profissionais especializados:
    • O processo de inventário pode ser complexo, especialmente em casos que envolvem muitos bens ou herdeiros.
    • Contar com a orientação de um advogado especializado em direito de sucessões e um contador pode ajudar a evitar erros, garantir o cumprimento da lei e otimizar a distribuição dos bens.
    • A orientação profissional pode auxiliar em todas as fases do inventário, desde a reunião de documentos até a partilha dos bens.
  • Iniciar o inventário dentro do prazo legal:
    • A lei estabelece prazos específicos para a abertura do inventário, que variam de acordo com o estado. O não cumprimento desses prazos pode resultar em multas e outras penalidades financeiras, além de atrasar a distribuição dos bens aos herdeiros.
    • É importante verificar a legislação do seu estado para conhecer o prazo exato e evitar problemas futuros.
  • Reunir toda a documentação necessária:
    • O inventário exige uma série de documentos, como certidão de óbito, documentos pessoais do falecido e dos herdeiros, certidões de propriedade de bens imóveis e móveis, extratos bancários, entre outros.
    • Organizar essa documentação com antecedência agiliza o processo e evita atrasos.
  • Manter comunicação transparente entre os herdeiros:
    • O inventário envolve decisões importantes que afetam todos os herdeiros. Manter uma comunicação clara e aberta entre eles é essencial para evitar conflitos e garantir que todos estejam cientes do andamento do processo.
    • Realizar reuniões periódicas e utilizar ferramentas de comunicação online podem facilitar a troca de informações.

Ao seguir essas recomendações, os herdeiros podem garantir um processo de inventário mais eficiente e tranquilo, minimizando o estresse e os custos envolvidos.

4. Prazos e Custos do Inventário

Prazos:

  • O prazo legal para abertura do inventário é de 60 dias a partir do falecimento.Se você ultrapassar esse prazo, terá que pagar multas sobre o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), o que, consequentemente, tornará o processo ainda mais caro.
  • A lei determina que o procedimento seja concluído em 12 meses. No entanto, caso seja necessário, é possível solicitar uma prorrogação. Ainda assim, quanto mais tempo o processo se estender, maior será o impacto financeiro e jurídico para os herdeiros.

Muitos herdeiros ignoram esse prazo, acreditando que podem resolver a situação no futuro. O problema é que, quanto mais se adia a regularização, mais dificuldades surgem. Os custos aumentam, a burocracia se torna mais complexa e os bens podem acabar desvalorizados ou até mesmo inacessíveis.

Custos Envolvidos:

  • Inventário Judicial: Envolve custas processuais, honorários advocatícios e ITCMD, podendo ser um processo mais demorado e oneroso.
  • Inventário Extrajudicial: Embora o inventário extrajudicial seja mais rápido, ele ainda exige o pagamento de taxas cartorárias, ITCMD e honorários advocatícios, o que deve ser levado em consideração ao optar por esse caminho.

Outro ponto crítico que muitos desconhecem é que a falta de regularização pode gerar despesas adicionais com juros e multas. Em alguns estados, a multa por atraso no pagamento do ITCMD pode variar de 10% a 20% sobre o valor do imposto devido.

Postergar o inventário não é apenas um erro burocrático, mas uma decisão que pode sair muito cara para os herdeiros. Por isso, é essencial buscar um advogado logo após o falecimento, garantindo assim a preservação do patrimônio e evitando problemas financeiros no futuro.

5. Inventário Judicial vs. Extrajudicial: Qual Escolher?

CritérioInventário JudicialInventário Extrajudicial
Quando usar?Conflito entre herdeiros ou herdeiros menores/incapazesHerdeiros maiores e de comum acordo
Tempo de duraçãoPode ser mais demoradoMais rápido
Custos envolvidosMenos onerosoMaiores custos processuais
Necessidade de advogadoSimSim

6. Como Iniciar o Processo de Inventário?

Muitos herdeiros se perdem no emaranhado de exigências legais e documentos. Atrasos, exigências inesperadas e impostos podem tornar esse momento ainda mais difícil. No entanto, você não precisa enfrentar tudo isso sozinho. Contar com um suporte jurídico especializado pode tornar o processo mais ágil e menos desgastante.Com orientação correta, o processo se torna rápido e seguro.

Documentos Necessários:

  • Certidão de óbito do falecido.
  • Documentos pessoais dos herdeiros e do falecido.
  • Escrituras, registros e todos os documentos dos bens.
  • Certidão negativa de débitos.

Passo a Passo:

  1. Contrate um advogado especializado – Um erro no processo pode custar caro. Um especialista garante que tudo ocorra sem entraves.
  2. Reúna toda a documentação – A falta de um documento pode significar meses de atraso.
  3. Escolha o tipo de inventário – Judicial ou extrajudicial? A escolha pode prolongar o processo por anos ou te ajudar a resolver extremamente rápido.
  4. Pague o ITCMD – pago dentro do prazo te ajuda a evitar juros e bloqueios.
  5. Acompanhe o andamento – Erros e omissões podem levar o processo de volta à estaca zero.

Se você está adiando o inventário, saiba que isso pode trazer consequências graves e o  tempo é curto. Não deixe que a burocracia atrapalhe seus direitos!

7. Como Evitar Complicações e Resolver Tudo Rapidamente?

Se você quer evitar dores de cabeça e gastos desnecessários, a melhor decisão é agir agora. O atraso na abertura do inventário pode gerar multas e, pior, conflitos familiares. Não corra esse risco!

Dicas Finais:

  • Aja rápido – A lei não espera, e os custos só aumentam com o tempo.
  • Se houver consenso, opte pelo inventário extrajudicial – Rápido, simples e menos custoso.
  • Em casos complexos, confie em um advogado experiente – Um profissional pode evitar que o processo se arraste por anos.

Não corra riscos!

O inventário é um processo delicado, e qualquer erro pode gerar custos elevados e perda de direitos. Precisa de ajuda para iniciar? Consulte um advogado especializado agora mesmo e resolva essa questão com segurança!

Dra. Lavínia Moura – Advogada especialista em Direito Imobiliário

(21) 99776-5711 – [email protected]

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